Acne e Alimentação: Existe uma Relação?
Entre todos os fatores alimentares estudados, o índice glicêmico dos alimentos é o que mais tem evidência quando o assunto é acne, segundo uma revisão publicada no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.
Segundo a dermatologista Drª Rajani Katta, autora do livro Glow: The Dermatologist’s Guide to a Whole Foods Younger Skin Diet, os alimentos que mais agravam a acne são aqueles que aumentam rapidamente os níveis de açúcar no sangue.
Você sabia que o que você come pode impactar diretamente a saúde da sua pele? Cada vez mais estudos apontam que uma dieta rica em alimentos integrais e plant-based pode ajudar a prevenir e até melhorar quadros de acne. Neste post, vamos te mostrar como essa alimentação influencia sua pele.
O Que é Acne?
A acne é mediada por hormônios. Com o início da puberdade, o hormônio androgênio ativa as glândulas sebáceas nos poros. Uma bactéria chamada Propionibacterium acnes vive nos poros. À medida que bactérias e óleo proliferam, podem se misturar com células mortas da pele, obstruindo os poros ou criando inflamação. As áreas do corpo com mais glândulas sebáceas — rosto, pescoço, peito, ombros e costas — são as mais afetadas.
Tipos de Lesões de Acne:
Comedões: Poros obstruídos que aparecem como cravos e espinhas.
Pápulas e Pústulas: Caracterizadas por pequenas protuberâncias vermelhas que podem conter pus.
Acne Cística: Grandes nódulos profundos cheios de pus que surgem sob a pele, com maior risco de cicatrizes
Alimentos ligado a acne
Entre todos os fatores alimentares estudados, o índice glicêmico dos alimentos é o que mais tem evidência quando o assunto é acne, segundo uma revisão publicada no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.
Segundo a dermatologista Drª Rajani Katta, autora do livro Glow: The Dermatologist’s Guide to a Whole Foods Younger Skin Diet, os alimentos que mais agravam a acne são aqueles que aumentam rapidamente os níveis de açúcar no sangue.
Isso acontece porque os alimentos ricos em açúcar estimulam a liberação de insulina e do fator de crescimento semelhante à insulina-1 (IGF-1). Esses dois elementos disparam a produção de andrógenos, hormônios que aumentam a produção de sebo na pele — uma combinação perfeita para o surgimento de espinhas e cravos.
Além do açúcar, outros carboidratos refinados — como o pão branco — também podem ser gatilhos para inflamações na pele.
Um estudo feito por pesquisadores australianos em 2007 trouxe insights valiosos: 43 homens com acne foram divididos em dois grupos. Um grupo manteve a alimentação comum do dia a dia, enquanto o outro seguiu uma dieta de baixo índice glicêmico, trocando alimentos refinados por grãos integrais.
💡 Após 12 semanas, o grupo que seguiu a alimentação de baixo índice glicêmico teve uma redução significativa nas lesões de acne.
Outro estudo, feito na Coreia em 2012 com mil participantes, reforçou esse resultado: quem seguiu a dieta de baixo índice glicêmico por 10 semanas teve menos espinhas, glândulas sebáceas menores e menos inflamação na pele — tudo isso comprovado por biópsias cutâneas.
Mas por quê?
Quando um alimento passa por muito processamento e perde sua fibra natural, ele é digerido muito rápido. Isso provoca um pico repentino de açúcar no sangue, assim como acontece com as “bombas de açúcar” que falamos antes. E esse pico afeta diretamente o equilíbrio hormonal e a produção de sebo da pele.
Todos os derivados de leite — mesmo os considerados “naturais” — contêm hormônios. Segundo a American Academy of Dermatology, esses hormônios podem estimular processos inflamatórios no corpo, levando ao surgimento de acne em algumas pessoas.
Entre os tipos de leite, o desnatado é o mais associado ao aumento da acne. Isso pode estar ligado aos níveis mais elevados de estrogênio presentes nesse tipo de leite.
📊 Uma meta-análise publicada em 2018 na revista Nutrients analisou 14 estudos envolvendo quase 79 mil pessoas com até 30 anos de idade. O resultado foi claro: o consumo de qualquer tipo de laticínio aumentava significativamente as chances de desenvolver acne, comparado a pessoas que não consumiam esses alimentos.
Outro ponto importante: várias pesquisas apontam o papel da proteína do soro do leite (whey protein) — muito usada como suplemento por quem treina — na piora da saúde da pele. Essa proteína é um subproduto do leite, obtido durante a produção de queijo.
📌 Em um estudo feito na Turquia, seis atletas do sexo masculino desenvolveram acne na região do tronco após começarem a usar suplementos de whey protein.
💡 Se você busca uma rotina mais limpa, vibrante e com a pele saudável de verdade, repensar o consumo de laticínios pode ser um passo essencial. Substituí-los por alternativas naturais e Plant-Based ajuda não só a cuidar da pele, mas também promove equilíbrio hormonal, reduz inflamações e favorece o funcionamento do intestino.

Esta ilustração mostra um corte transversal da pele destacando cinco estágios da acne: pele saudável, comedão fechado (cravo branco), comedão aberto (cravo preto), pápula (lesão inflamada sem pus) e pústula (lesão inflamada com pus). Cada estágio é representado visualmente para facilitar a compreensão sobre como a acne se forma e evolui.
E Quanto a Alimentos Picantes, Álcool ou Chocolate?
Alimentos picantes e álcool podem piorar a rosácea, uma condição inflamatória da pele que às vezes é confundida com acne. No caso do chocolate, produtos com adição de laticínios, açúcares e gorduras podem desencadear erupções. Um estudo de 2015 observou um aumento significativo na acne após o consumo diário de 25g de chocolate amargo 99% por duas semanas.
Pesquisas: Comparando a Acne em Diferentes Culturas
Evidências epidemiológicas de culturas não ocidentalizadas mostram taxas drasticamente mais baixas de acne em populações indígenas. Por exemplo, na ilha de Kitava, em Papua Nova Guiné, um estudo examinou 1.200 residentes e não encontrou casos de acne. A dieta dos Kitavanos consistia predominantemente de carboidratos na forma de tubérculos de baixo índice glicêmico, frutas e vegetais.
Acne e Alimentação: Existe uma Relação? SIM!
Existe uma dieta para curar a acne?
Embora as pesquisas sobre alimentação e acne ainda estejam em andamento, muitos especialistas sugerem que evitar certos gatilhos alimentares — como laticínios, açúcar e carboidratos refinados — pode ser um bom ponto de partida para quem busca reduzir as inflamações na pele. Para orientações mais personalizadas, sempre consulte um dermatologista.
Mas e na prática, será que a alimentação faz diferença?
De forma empírica, a equipe da Gosto Puro ouviu relatos inspiradores de pessoas que conseguiram resultados incríveis na pele após adotarem uma alimentação integral e Plant-Based:
🌿 Nina e Randa Nelson, autoras do livro The Clear Skin Diet, conseguiram se livrar da acne cística com uma alimentação de baixo teor de gordura, rica em alimentos integrais e Plant-Based.
🌿 Kiernan Holstein relatou melhora nas lesões císticas dolorosas e um ganho notável de energia ao adotar uma dieta Plant-Based.
🌿 Tatiana Long lidava com acne constante e excesso de peso — até que mudou completamente ao escolher um estilo de vida Plant-Based.
Esses resultados podem estar ligados ao fato de que uma alimentação integral e Plant-Based é naturalmente livre de laticínios e ultraprocessados. Além disso, é uma alimentação rica em vitaminas, minerais e fitonutrientes com ação antioxidante e anti-inflamatória.
Outro ponto-chave é a alta quantidade de fibras naturais dos alimentos de origem vegetal, que ajudam a equilibrar os níveis de açúcar no sangue e evitar picos hormonais que podem agravar a acne. Essas fibras também nutrem as bactérias boas do intestino, o que impacta diretamente na saúde da pele, reduzindo inflamações e promovendo um brilho natural.